quarta-feira, 12 de março de 2014

Um espectro ronda a cidade: o espectro da organização e consciência de classe

Pela Comissão Política Regional
março de 2014

Chegou ao fim a histórica e vitoriosa greve dos garis. Greve essa que ousou desafiar o arrogante alcaide Eduardo Paes. 8 dias de ruas por toda a cidade cobertas de lixo.

Essa greve mostrou ao prefeito e à população carioca a importância desses profissionais, indispensáveis à vida na cidade. Indispensáveis e invisíveis para a maioria de nós. O profissional que recolhe o lixo que nós produzimos – muitas vezes em excesso por ausência de consciência ambiental – sempre com um sorriso no rosto, nem sempre é valorizado como deveria. E foi muito bom ver o apoio da população crescer com o passar dos dias.

Outra virtude dessa greve foi escancarar o racismo quotidiano em nossa sociedade. A cor da pele (majoritária) dos garis é negra. É o que sobrou para os afrodescendentes enquanto as profissões de nível superior o capitalismo destina aos brancos. Mais uma vez é quebrado o mito da democracia racial.

Mas a grande vitória mesmo dessa greve foi ver uma categoria explorada e oprimida pelo poder de um prefeito arrogante, prepotente, mimado e autoritário passar por cima de uma diretoria sindical inoperante, pelega e subordinada ao patronato. A vitória da categoria se fez ainda maior por ter como adversária toda a grande imprensa que não hesitou em tomar partido, sempre do lado dos opressores e contra os trabalhadores. Nenhuma novidade, já que a mídia jamais será independente enquanto estiver nas mãos do grande capital.

Quando os trabalhadores perdem a paciência, se unem e constroem coletivamente a sua luta a vitória é certa.

Que o restante da classe trabalhadora se mire nesse grande exemplo: rompa as amarras do peleguismo sindical, agarre o seu destino nas próprias mãos e construa coletivamente o seu futuro, que passa pelo Poder Popular e o Socialismo.