terça-feira, 24 de junho de 2014

PCB-RJ lança candidatos ao Governo do Estado e ao Senado nas eleições de 2014

Nesta segunda-feira, dia 16 de junho de 2014, a Convenção Estadual do Rio de Janeiro do Partido Comunista Brasileiro (PCB) lançou suas candidaturas ao Governo Estadual e ao Senado.


Nosso candidato a Governador, Ney Nunes, 55 anos, é carioca, nascido no antigo IAPETEC (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Estivadores e Transportes de Cargas), atual Hospital de Bonsucesso. Passou sua infância e juventude em Vila Isabel e mora há 22 anos no bairro de Maria da Graça. Foi digitador, eletricista e hoje é bancário, trabalha há dez no Banco do Brasil. Sua história na militância política se iniciou ainda nos tempos da Ditadura Militar. Em 1976/77 participou da reconstrução do movimento estudantil e das primeiras manifestações pela Anistia; nesse mesmo ano ingressou na então Liga Operária, organização política clandestina que daria origem à Convergência Socialista. No ano de 1978 começou a trabalhar na LIGHT e se dedica à militância sindical, em 1984 ajudou a organizar a primeira greve dos eletricitários no Rio de Janeiro depois do golpe de 64. Foi delegado no Congresso de fundação da CUT em 1983 e integrou sua primeira diretoria no Rio de Janeiro no ano de 1986. Após a eleição de Lula (2002), rompeu com a CUT por discordar do seu atrelamento ao governo e sua política de conciliação de classes. Ney Nunes graduou-se em História pela UERJ, é militante do PCB desde 2010 e fundador da Corrente Sindical Unidade Classista.


Nosso candidato a vice-governador, Heitor Cesar, 32 anos, milita politicamente desde o final dos anos 1990. Atuou no movimento estudantil e atualmente milita no movimento social e sindical dos professores do Rio de Janeiro. É mestrando em História Social, historiador e professor do setor privado no Rio de Janeiro. Participou da reorganização da União da Juventude Comunista e é membro fundador da Corrente Sindical Unidade Classista.


Nosso candidato ao Senado Federal, Eduardo Serra, 58 anos, é militante do PCB desde o final dos anos 70, sendo de seu Comitê Central. Engenheiro formado pela UFRJ, com mestrado e doutorado pela COPPE/UFRJ, é professor da Escola Politécnica da UFRJ, onde leciona no curso de Engenharia Naval e no mestrado em Engenharia Ambiental.. Foi dirigente sindical no SINPRO e no ANDES-SN, além de fundador da Corrente Sindical Unidade Classista. É escritor. Foi o candidato do PCB à Prefeitura do Rio de Janeiro, em 2008 e ao Governo do Estado, em 2010.

terça-feira, 17 de junho de 2014

SOBRE O PERIGO FASCISTA NO BRASIL: conversando com Frei Betto

Paulo Oliveira
Secretário político do PCB-RJ
e membro do Comitê Central

Frei Betto, num pequeno ensaio, repercute a onda midiática petista: votar em Dilma é votar contra o fascismo que ronda o Brasil.

De início, ao descrever a ascensão da extrema-direita nas eleições para o Parlamento Europeu, o decantado frei começa sua análise demonstrando que seus sonhos de liberdade do passado se transformaram em pesadelos pós-modernos. Melhor transcrever as assertivas do frei: “A queda do Muro de Berlim soterrou as utopias libertárias”. Portanto, quem está soterrado precisa de ar para respirar, senão morre. E este ar viria de onde? Do voto em Dilma, contra o fascismo que se avizinha. O frei não explicita é que, dentro da tão propalada “democracia brasileira”, o voto em Dilma vem num pacote que contém Sarney, Collor, Renan Calheiros, Maluf.

Continuando, nosso assustado frei constata: “A esquerda europeia foi cooptada pelo neoliberalismo”. Somos informados por frei Betto que os partidos socialistas de Portugal, da Espanha, da Grécia, eram partidos de esquerda. Talvez a distância geográfica tenha turvado a visão de nosso ensaísta, que poderia se valer das modernas mídias para saber que tais citados partidos de há muito, mais precisamente, até antes da crise de 2008, já se alinhavam dentre as formações políticas que procuravam uma “solução mais humana” dentro dos limites do capitalismo.

E prossegue o frei, falando do Velho Mundo: “...não há nenhuma força política significativa capaz de apresentar uma saída ao capitalismo”. Na primeira parte do pensamento exposto há um vício de análise, próprio dos comentaristas políticos burgueses que somente consideram significativas as ações daquilo que eles denominam de política, isto é os feitos e os “mal feitos” dos PMDB, dos PT, dos PSDB da vida. Numa vesguice política, o frei não leva em consideração as diversas manifestações e greves que os povos da Europa continuam fazendo, resistindo às agressões capitalistas, greves e manifestações, essas sim significativas.

Na segunda parte, a incapacidade de haver força política capaz de apresentar uma saída ao capitalismo. Os povos da Europa, principalmente nos países mais atingidos pela crise, como Grécia, Portugal e Espanha, já começam a se transformar nessa força política que frei Betto não é capaz de enxergar. Talvez a saída não seja do agrado do frei: pela via real do socialismo, rumo ao comunismo.

Agora, o trecho brasileiro do pequeno ensaio. Deixemos falar o frei: “Aqui no Brasil nenhum partido considerado progressista aponta, hoje, um futuro alternativo a esse sistema (capitalista)...”. Bem, quanto a nós do PCB, resta uma recomendação ao equivocado frei: a leitura de nossos textos, resoluções, notas políticas.

Após considerações sobre as experiências fascistas europeias no século XX, frei Betto se interroga: “Caminha-se de novo para o fascismo?”. E cita o escritor venezuelano Luís Britto Garcia, que frisa: “...uma das características marcantes do fascismo é a estreita cumplicidade entre o grande capital e o Estado”. Neste momento nosso indigitado frei parte para o suicídio analítico. Quem lê a frase do intelectual venezuelano, e olha para o panorama sócio-econômico e político do Brasil, vai identificar o grande capital no Bradesco, no Itaú, na Odebrecht, na Gerdau, no Grupo Votorantim, somente para exemplificar. E do lado do Estado? BNDES, Banco do Brasil, Caixa, todos cumprindo as diretrizes do Palácio do Planalto e sua Esplanada dos Ministérios, numa cumplicidade explícita com o sistema capitalista nacional e estrangeiro.

Por último, o frei revela sua verdadeira intenção nas frases finais: “Ao votar este ano, reflita se por acaso você estará plantando uma semente do fascismo ou colaborando para extirpá-la.” No Brasil, o PARTIDO DOS TRABALHADORES, formação política de escolha de frei Betto, está há 12 anos governando com o escancarado apoio do grande capital. O mesmo grande capital que foi decisivo no golpe de 1964 e que financiou a famigerada Operação Condor e os porões dos centros de tortura da ditadura.

Assim, é uma falsa questão colocada pelo frei: Dilma ou o fascismo. Desde 2002, ao endossarem a Carta aos Brasileiros os intelectuais petistas, alguns por ingenuidade política, outros por má fé, continuam brincando com o ovo da serpente. Sabemos, por experiência própria, que frei Betto pode ser tudo, menos ingênuo.

sábado, 14 de junho de 2014

NOTA POLÍTICA DO PCB-RJ SOBRE A REPRESSÃO POLICIAL NA MANIFESTAÇÃO NA ABERTURA DA COPA

Pela Comissão Política Regional
Junho de 2014

Ontem (12/06), mais uma vez, os estudantes, trabalhadores e setores em luta na cidade do Rio de Janeiro voltaram às ruas. Ocuparam a Avenida Rio Branco até à Lapa para lembrar, no primeiro dia dos jogos da Copa do Mundo, as verbas retiradas da educação, da saúde, dos transportes públicos e da habitação popular para a construção de estádios que só encherão os bolsos da FIFA e das grandes empresas nacionais e internacionais parceiras dessa entidade. Foram às ruas para lembrar as remoções nas favelas e a militarização das comunidades, como as UPPs.

Ontem (12/06), mais uma vez, a Polícia Militar mostrou que está a serviço dos patrões e contra os trabalhadores. Não bastasse estar filmando os manifestantes, não se sabe para que fim, quando o ato rumava para um término vitorioso, agiram novamente com a sua truculência comum e agrediram os presentes. Nós, militantes do PCB, queremos repudiar mais essa ação violenta da PM do Rio de Janeiro. E, queremos reafirmar nosso compromisso com uma outra política de segurança pública, que esteja à serviço do povo, e que lutaremos até o fim pela desmilitarização da Polícia Militar.

A repressão não nos parará. Uma saudação forte ao povo em luta do Rio de Janeiro.