sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

As chuvas de verão, os governos e as classes sociais

Pela Comissão Política Regional
janeiro/ 2013

Início de 2013. A cena se repete: chuvas fortes, enchentes, enxurradas, desabamentos, mortes. As áreas mais atingidas, como de costume, são, em sua maioria, aquelas usadas para moradia nas encostas e nas margens nos rios e canais próximas ao centro das cidades, áreas ocupadas, no caso geral, por famílias de baixa renda. Bairros pobres de cidades localizadas em regiões de baixada, como Caxias, no Grande Rio, são outras onde a catástrofe acontece com mais freqüência.

As manchetes dos jornais também se repetem: “Chuvas matam no Rio”, Desabam casas construídas em áreas inadequadas” etc. A desfaçatez é repugnante, pois fica clara a intenção de atribuir-se a culpa da tragédia à Natureza ou à ignorância da população pobre. Mais uma vez, também noticia-se que as verbas repassadas aos municípios para a realização de obras de prevenção não foram utilizadas, quando não foram, simplesmente, desviadas. E, mais ainda, é notória a ausência de planos de contingência, de ações integradas do aparelho de Estado para o enfrentamento das situações de crise.

Além da incompetência das autoridades está o fato de que os governos conservadores, que representam os as camadas mais abastadas da sociedade, não têm interesse em atacar os problemas de fundo por trás das tragédias desse tipo, pois afinal, trata-se de pobres. Não interessa construir bairros populares com toda a infraestrutura, não interessa expandir as redes de saúde e escolar, os equipamentos urbanos para o conjunto das cidades, não interessa construir uma rede de transportes baratos e eficientes para a maioria da população.

Para as classes abastadas, que podem comprar suas moradias nas áreas nobres, para os capitalistas do setor imobiliário, que vivem da especulação, não há interesse em implantar-se um planejamento urbano com a participação direta da população.

As chuvas caem sobre todos, mas a tragédia gerada não se deve a elas, mas sim à divisão da sociedade em classes e aos governos que representam, na maioria dos casos, os interesses dos ricos.

Para mudar este quadro, os trabalhadores, a sociedade organizada devem fazer a denúncia das reais causas da tragédia e mobilizar-se para avançar na luta pelo aumento dos gastos sociais, pelo planejamento urbano com a participação de todos, pela igualdade social, para a construção de um novo poder político que represente a maioria, a classe trabalhadora, tendo como objetivo a construção de uma sociedade socialista.