quinta-feira, 15 de maio de 2014

Política de combate às drogas mascara o combate ao povo trabalhador

Pelo Partido Comunista Brasileiro- RJ
Maio de 2014

O Partido Comunista Brasileiro e a União da Juventude Comunista vêm a público denunciar a política genocida conduzida pelo Estado camuflada de política de combate às drogas.

A criminalização dos pobres e dos trabalhadores residentes em áreas populares, comunidades e favelas se apresenta de múltiplas formas, dentre as quais a abertamente repressiva, que se "justifica" numa política de combate às drogas. Os comunistas compreendemos que por detrás dessa justificativa encontra-se o jogo de interesses do capital e de seu projeto de sociedade. Os mortos nessa guerra, a maioria negros e filhos de trabalhadores, somam-se a muitos outros que como eles sofrem a criminalização do Estado.

O tráfico de drogas não se limita às comunidades, vielas e favelas, como tenta construir como verdade o Estado e a grande mídia, se justificando em usar da força e transformar em potencial criminoso todo morador de área popular. Nas favelas e becos, comunidades e vielas se encontram os varejistas das drogas, mas a verdadeira receita promovida pelo tráfico encontra-se no seio das classes dominantes, nas chamadas zonas nobres das cidades, em contas dos grandes bancos nacionais e internacionais.

No dia 10/ 05, ocorreu na Zona Sul do Rio do Janeiro mais uma “Marcha da Maconha”. O PCB e a UJC entendem que é preciso mudar o foco acerca da política de drogas, compreendendo toda a pluralidade que envolve a questão. Dessa forma defendemos a legalização das drogas através de um controle estatal. Não serão pressões do mercado nem o anseio individualista que condicionarão a luta por legalização das drogas, em todas as suas implicações, desde para uso terapêutico, medicinal, para pesquisas cientificas e para fins recreativos, mas sim a necessidade de conduzir para esferas públicas e estatais o processo de legalização.

Dessa forma defendemos a legalização das drogas através da estatização das mesmas, liberando o consumo da maconha e paulatinamente das demais drogas, tendo no Estado o papel ativo de produtor, fornecedor e de regulador, através de políticas de esclarecimento, campanhas educativas e oferecendo tratamento a dependentes. Nem o tráfico nem o mercado, mas somente o monopólio estatal (sob controle popular) da produção e distribuição das drogas possibilitará uma política de drogas que de fato leve em consideração as reivindicações dos movimentos sociais e as reais necessidades da classe trabalhadora.