Paulo Oliveira e Heitor Cesar Oliveira
membros do Comitê Estadual do PCB-RJ
O ex-presidente Lula foi festejado por Delfim Neto, como aquele político que teria salvo o capitalismo no Brasil. A manchete de O Globo, no sábado 19, confirma tal assertiva: "Lula condena máscaras e depredação em protestos". Para petista, só pela política é possível resolver problemas, e o restante se assemelha ao nazismo, diz Lula. No Rio, afirmou: "Nunca coloquei uma máscara, porque nunca tive vergonha do que fiz". Em São Paulo, voltou ao tema: "Fiz as maiores passeatas e nunca quebramos nada. Temos que respeitar o patrimônio dos outros". Ainda no Rio, defendeu a política e disse que, fora disso, é fascismo, nazismo ou ditadura.
Como resposta, somente a defesa intransigente do socialismo, somente a condenação, sem tergiversações, do capitalismo, somente a denúncia da barbárie que assola o país, e em particular, esta vitrine montada pela burguesia internacional e nacional no Rio de Janeiro. A Lula, somente lhe desejar o túmulo frio em que se encontra seu partido e o capitalismo. Morreram, somente falta marcar a data do enterro.
"Haja hoje para tanto ontem"
Paulo Leminski
Paulo Leminski
O Estado não é um Estado criminoso, ele simplesmente é o Estado. O Estado não paira sobre as contradições de classe, ele tem justamente um caráter de classe. Dessa forma, ele continuará a defender os interesses de sua classe dominante, no caso da burguesia, que domina a política, a economia, os aparelhos de reprodução ideológica e a sociedade. O que as elites econômicas e políticas chamam de democracia, é a democracia burguesa, a serviço da burguesia e do capitalismo.
A mídia também possui um corte de classe, também atua em defesa dos interesses das classes que dominam a sociedade, a imprensa é a imprensa da burguesia, os interesses que movimentam a maquina da mídia são os interesses das classes dominantes, no caso, a burguesia. A imprensa atua em defesa dos interesses capitalistas, os mesmos interesses que dominam e possuem o poder político no Estado.
A Polícia não é uma polícia despreparada, não é uma polícia que comete exageros pontuais. A polícia atua de forma muito organizada, tanto na repressão, quanto na dispersão das manifestações. A polícia cumpre o seu papel em defesa de interesses de classe, da classe burguesa, dos capitalistas. A Polícia é uma das formas de garantir o monopólio da violência por parte do Estado, o Estado burguês e capitalista, para garantir seus interesses na sociedade.
Novamente vem a pergunta: o que fazer? Reclamar? Reclamar do governo, da polícia, da mídia vendida?
Temos de construir um novo tipo de poder, que coloque por terra todo esse aparato de poder econômico, político, social, ideológico, repressor e cultural. Criar uma nova sociedade, com novos valores, que garanta de fato uma nova realidade. Precisamos construir nas lutas cotidianas e nas lutas gerais o Poder Popular. O Inimigo é todo um conjunto de elementos a serviço da manutenção do capitalismo (Polícia, Estado, mídia etc.), o inimigo é o capital. Em defesa dos trabalhadores, e em defesa do futuro, precisamos construir o Poder Popular, precisamos construir o socialismo, e é para já essa tarefa, não há mais possibilidade de humanizar o capital, não há mais espaço para projetos democráticos- populares, precisamos do Poder Popular, precisamos do socialismo.
